6.7.11

O Câncer e as emoções

Nas minhas andanças pela internet, me deparei, em um blog muito simpático de um autodenominado "ex-cristão" (agora ateu e cético geral) com uma pesquisa de 2008 sobre câncer e emoções. Veja
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Emoções não afetam sobrevivência no câncer, afirma estudo 

Análise de 1.093 pacientes com câncer de cabeça e pescoço indicou que o estado emocional não teve efeito

REUTERS


WASHINGTON - Pessoas que ficam deprimidas com um diagnóstico de câncer não têm mortalidade mais elevada que os pacientes mais otimistas, segundo estudo divulgado na segunda-feira nos Estados Unidos.

É comum que as pessoas tentem incentivar os doentes de câncer a manterem o otimismo, já que muitos consideram que isso contribui para o prolongamento da vida.

Mas James Coyne e seus colegas da Universidade da Pensilvânia foram verificar dados de dois estudos sobre os estados emocionais de 1.093 pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Durante a realização dos dois estudos, 646 pacientes morreram.

A análise indicou que o estado emocional dos pacientes não afetava a taxa de sobrevivência, de acordo com o estudo divulgado na publicação Cancer. Não foi estabelecida nenhuma correlação mesmo quando eram descontados fatores como sexo do paciente e estágio e local do tumor.

"A esperança de que possamos combater o câncer influenciando os estados emocionais parece ter estado equivocada", disse Coyne em nota.

"Se os pacientes de câncer querem terapia ou estar em um grupo de apoio, devem receber tal oportunidade. Pode haver muitos benefícios emocionais e sociais. Mas eles não devem buscar tais experiências somente na expectativa de que possam estender suas vidas."

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O Blog não indica, contudo, nenhuma segunda opinião sobre a pesquisa, dando o leitor a crer que REALMENTE parece ser mínima a relação entre câncer e emoções. Isso não é fato. Veja o que eu encontrei, pesquisando um pouquinho mais...


[...] Embora o estudo [de Coyne] procure corrigir fatores que pesquisas anteriores não esclareceram por completo, são poucos os especialistas que dão como encerrada a questão do câncer e das emoções. O psiquiatra de Stanford, David Spiegel, assevera que as estratégias de coping são uma parte importante do quadro que não foi abordada devidamente pela pesquisa de Coyne. Ele aponta para um estudo de pacientes com câncer de mama que fornece evidências de que a sobrevivência tem a ver mais com a forma como as pessoas lidam com as emoções do que como se sentem. (Coyne acredita que o tamanho da amostra neste estudo era inadequada e diz que estudos maiores não corroboram as intenções de Spiegel.) Spiegel diz que os grupos de apoio e outras terapias podem melhorar os resultados, ajudando os pacientes a administrarem melhor o stress e melhorarem a comunicação com os médicos. Coyne reconhece que o suporte psicológico pode afetar a sobrevivência através de mecanismos que não apenas o bem-estar emocional, mas diz que nenhum estudo metodologicamente sólido ainda mostrou tal relação [...].


[...] Alguns pesquisadores alegam que Coyne e Tennen, concentrando-se unicamente nos dados sobre mortalidade por câncer estão negligenciando o reconhecimento dos benefícios de aspectos positivos em uma variedade de resultados de saúde. Mesmo que uma diversidade de estudos não sejam tão focados em dados sobre a mortalidade por câncer, eles argumentam que a psicologia positiva poderia ajudar pacientes com câncer de outras maneiras, tais como qualidade de vida e controle da dor [...].

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