31.5.11

psicologia, evolução e aprendizagem


Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto. 

A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.

- Nelson Mandela
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Mas...podemos aprender a amar? Ou isso é mera conversa sentimentalóide?
A psicologia tem algumas respostas...veja...

" O passarinho tinha se esborrachado contra a parede de vidro da jaula e caído no chão. Kuni, uma fêmea de bonobo ou chimpanzé-pigmeu (Pan paniscus), caminhou até a ave com uma expressão preocupada e tentou colocá-la de pé. Nada. Pegou o pássaro com delicadeza, subiu até a árvore mais alta de seu recinto envidraçado e abriu suas asas com os dedos, com cuidado para não machucá-lo. Lançou a ave pelo ar feito um aviãozinho de papel, mas ela voltou a aterrissar dentro da jaula. Kuni se aproximou do passarinho de novo e montou guarda do lado dele o dia todo, evitando que outros macacos curiosos o tocassem. No fim do dia, ele finalmente conseguiu sair voando."

A cena acima aconteceu no Zoológico de Twycross, no Reino Unido, e é um dos relatos impressionantes de "Eu, Primata", livro do primatólogo holandês Frans de Waal lançado recentemente no Brasil.

Waal argumenta que as semelhanças entre o comportamento social dos grandes macacos e o dos humanos são profundas. Para ele, as diferenças são só de grau: os mesmos elementos básicos, como a necessidade de ser leal aos amigos, recompensar aliados, punir transgressores e intuir os desejos e as necessidades dos outros.

O elemento unificador nessa trama complicada é, para o primatólogo, a presença das emoções morais básicas. Segundo Waal, a noção de certo e errado que guia as sociedades humanas hoje brota do solo das emoções que compartilhamos com os grandes macacos. A mais importante delas é a empatia, tão bem demonstrada pela capacidade de Kuni de lidar com o passarinho ferido e se preocupar com ele. Em termos técnicos, essa capacidade é definida como "teoria da mente": conseguir imaginar que outros seres no mundo, além de nós mesmos, possuem sua própria mente, com capacidade de sentir dor, medo, planos para o futuro e vontades.

Assim, bonobos e chimpanzés consolam companheiros tristes e assustados, cuidam de membros do mesmo bando que estão doentes, aleijados ou idosos, talvez até demonstrem gratidão e senso de justiça. Segundo Waal, são capacidades emocionais, e não racionais, e que teriam ficado profundamente gravadas pela evolução na nossa própria estrutura mental.

Por mais que bonobos e chimpanzés exibam um rol de potecialidades biológicas tão semelhantes a nossa. nenhum deles escreveu um código civil, construiu um cristo-redentor, megalópoles e outras tantas idiossincrasias de nossa espécie. Somos, de fato, diferenciados, e isso nos dá, hoje, uma vantagem muito grande no meio ambiente. O nosso cérebro foi (e continua sendo) um dos grandes diferenciais nessa jornada evolutiva. Através dele desenvolvemos um sistema de linguagem complexo, dentre tantas outras vantagens.




EVOLUÇÃO = comportamentos, sentimentos, emoções, etc - dos instintos para a cognição complexa

Nesse "romance" que é a evolução das espécies, o fato de termos desenvolvido um néo-córtex complexo nos proporcionou uma ampliação tremenda do rol comportamental, emocional e social. As chamadas funções cognitivas nobres fizeram de nós os "possuidores" desse planeta. Isso é muito bom, apesar de não utilizarmos adequadamente esse sentimento de posse. Acho que estragamos mais do que ajudamos, e toda essa capacidade biológica que possuímos passa a exister em "potência", e não em "ato".

pense...nascemos para aprender

post em construção *

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