Após assistir um filme pornográfico, a maioria dos homens sente-se inferiorizada e incapaz de uma performance daquelas. O que é normal, além disso, os atores são uma amostra “viciada”, ou seja, são selecionados dentre a minoria que possui membros acima da média. Vale lembrar que, fisiologicamente, o pênis existe para levar a urina para fora do corpo e depositar o esperma no fundo da vagina, onde está o colo uterino, para uma possível fecundação. Se cumpre estas duas funções, mesmo que o indivíduo esteja insatisfeito com as medidas, é considerado anatomicamente normal.
Primeiramente, a forma correta de medir o comprimento do pênis, é com este em ereção, a partir da base, sendo necessário comprimir a régua (ou qualquer instrumento de aferição) contra o osso púbico, e então medir o comprimento até a glande. Quem está acima do peso leva uma desvantagem, pois há mais gordura cobrindo essa parte escondida do membro.
Algo que precisa ser desmistificado é o aspecto do pênis quando flácido. Se compararmos dois pênis flácidos, o menor deles, quando ereto, pode ficar maior que o outro, pois alguns pênis crescem mais que os outros ao ficarem eretos. O tamanho do pênis flácido não tem relação com o tamanho em ereção. Portanto um belo conceito para se levar daqui : “Pau mole só serve pra fazer xixi”.
Passando então à questão do tamanho durante a transa. Um pênis médio em ereção mede entre 12,5 cm a 17,5 cm. Não há definição universalmente aceita para um pênis anormal, mas para fins práticos, considera-se um pênis flácido de até 4 cm, e em ereção até 7,5cm, como pequenos.
A interpretação dos dados deve ser feita da forma inversa. Se uma pessoa tem o pênis medindo 16,5 cm, então terá o membro maior que 90% da população brasileira, e menor que 10%. Se medir 13,5 cm, seu pênis será maior que 25% da população brasileira, e menor que 75%.
Mais importante que o tamanho peniano, é a sua funcionalidade. É fato sabido que um membro avantajado tem maiores chances de sofrer disfunção erétil no futuro, devido à maior necessidade de sangue para manutenção da ereção, e o risco de precisar de tratamento é bem mais alto.
Outro dado interessante está na anatomia sexual da mulher. A vagina tem profundidade variável de 9 a 12 cm. A maioria das terminações nervosas relacionadas ao prazer sexual situam-se justamente na entrada. A espessura do pênis, por dedução, torna-se mais importante. Além disso, o contato do pênis com o colo do útero causa desconforto na mulher, e muitas elas se inibem ao constatar um membro hiper-avantajado no parceiro. Mesmo estando a vagina capacitada para aumentar seu tamanho interno, devido a sua elasticidade ampliada quando a mulher está excitada.
Outra questão fundamental é a opinião da mulher sobre o assunto. Por mais que na maioria das vezes elas digam clichês como “o tamanho não importa, importa é funcionar”, em muitos casos tamanho é documento sim, mas depende da mulher. Começa por quando a parceira vê o pênis, pois a visão de um membro mais dotado está associada com mais virilidade e melhor desempenho, e isso a excita. O contrário ocorrendo quando a mesma vê um membro pequeno.
A sensação de preenchimento da mulher também é algo importante, pois há um estímulo maior por fricção. Pendendo a balança novamente para o lado menos avantajado, a dificuldade em conseguir sexo anal será bem menor, por motivos óbvios. Porém, vale lembrar: a habilidade do homem em estimular a parceira é muito mais importante do que a dimensão do pênis. Quanto a isto, não há qualquer discussão.
Seguindo adiante, vamos discutir métodos utilizados para aumento do pênis, com a seguinte ressalva. Nenhum método utilizado provou-se 100% eficaz ou isento de complicações. Tanto que a Sociedade Brasileira de Urologia ainda considera TODAS as técnicas como experimentais. Além disso, só recomenda tais procedimentos em raríssimos casos, como o câncer de pênis e a presença de micropênis, incompatível com função sexual (menor que 7 cm em ereção). As opções são:
Métodos não-cirúrgicos : São os chamados instrumentos de tração. Bombas à vácuo, aparelhos tipo Jelq e JES extender. Sua ação consiste na distensão regular dos corpos cavernosos, o que alega-se estimular a proliferação celular e ganhar comprimento do membro. A aplicação regular de tais métodos na maioria dos casos realmente aumenta a dimensão peniana. A grande questão é que não há comprovação científica que esse aumento se dá de forma permanente. Não são isentos de complicações, portanto, só devem ser aplicados sob acompanhamento médico.
Métodos cirúrgicos :
Secção do ligamento suspensor peniano : Este procedimento consiste em se separar o pênis do ligamento que o prende à púbis, retirando desta forma uma porção localizada originariamente dentro ao arco púbico ao meio exterior. Na verdade, esta cirurgia causa uma “ilusão” de aumento do pênis, ele apenas fica mais “para fora”. Além disso, com a secção do ligamento, o pênis, mesmo ereto, passa a apontar sempre para baixo.
Retalho em V-Y : É feito um corte em V na base do pênis, e quando o pênis é tracionado, suturam-se os pontos, e a ferida toma a forma de um Y. Podem ocorrer retrações cicatriciais na base, prejudicando a função. Além disso, o aumento é apenas aparente.
Injeção de gordura no pênis : Este procedimento tem a finalidade de tentar aumentar o diâmetro peniano, principalmente em estado de flacidez, por meio da injeção de células gordurosas retiradas de outra parte do corpo. Advoga-se não ser tão efetivo pois a gordura pode ser reabsorvida em muitos casos, e também pode causar “acidentes de relevo” no pênis.
Lipo-escultura : É a retirada do excesso de gordura ao redor do púbis, causando a ilusão de aumento do membro.
Injeção de PMMA no pênis : O PMMA (polimetilmetacrilato) é uma substância utilizada em Medicina Estética, que assim como a gordura, pode ser injetada no pênis, aumentando tanto seu comprimento como espessura, e com a vantagem de não sofrer reabsorção.
Complicações : Existem complicações relacionadas ao procedimento cirúrgico como impotência, secção de nervos penianos, encurtamento – no caso de fibrose extensa – perda da angulação peniana (quando o pênis aponta para baixo) e infecção.
Talvez as dúvidas dos homens – e eventuais problemas com o pênis – sejam motivados tão somente pela vontade de satisfazer, cada vez mais, suas parceiras. Porém, há casos em que uma boa conversa – e até mesmo a ajuda de um terapeuta – podem ser de grande valia.
Texto de
MAURICIO GARCIA
Flamenguista ortodoxo, toca bateria e ama cerveja e mulher (nessa ordem). Nas horas vagas, é médico e o nosso grande Dr. Health.
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