5.7.11

ignorância e religião PODEM, mas não devem, caminhar juntos. Veja

A personificação do mal na cultura cristã é o demônio, diabo, satanás, normalmente representado nas formas abaixo:


 


O interessante é notar a representação similiar que compreende, quase sempre, os chifres e a mistura homem-animal (geralmente um bode-humano, ou coisa do tipo). Portanto, qualquer referência a "CHIFRES", em nossa cultura, remete a algo satânico.

A figura Diabo não possuí uma tradição iconográfica na arte cristã, assim como os Santos, a Virgem Maria e Cristo. Eram muitas as dificuldades enfrentadas pelos artistas que desejavam por algum motivo representar a figura do Diabo. Sendo assim, buscou-se na tradição da antiguidade clássica os componentes para elaborar as características físicas diabólicas. No período medieval é que essa escassez de imagens cristãs – principalmente antes do século IX – representando o Diabo foi superada. Foi do Deus grego , um Deus – filho de Hermes dotado de chifres, rabo, cascos, orelhas e parte inferior do corpo peluda que se extraiu os principais elementos iconográficos de Satã. 
Pã, da mitologia grega
Uma iconografia mais específica sobre o Diabo foi desenvolvida no século XI, sendo que a sua forma original feita por Deus, “à sua imagem e semelhança” foi deturpada, monstruosa, animalesca; conservando porém, a silhueta antropomórfica. Tudo o que o cristianismo repeliu de forma intensa, classificando como contrário a seus dogmas, pagão, impuro, etc, resguardou-se no “reino do Mal”. A associação das divindades pagãs com o Diabo tornou-se uma coisa natural para os primeiros cristãos, porque estes, andavam e eram perseguidos por um mundo pagão e através da mudança das crenças dos pagãos é que a religião cristã se manteve viva. A associação dos deuses pagãos com demônios reflete o modo de como a [Igreja] interpretou a filosofia e a ciência clássicas, tornando-as relativamente improdutivas ao longo dos séculos, pois a teologia era preocupação primeira. Somente no Séc. XIII, com a Escolástica é que a Filosofia ressurgia, assim como as artes clássicas (no assim chamado primeiro renascimento, época das catedrais e cruzadas, e de grande desenvolvimento artístico, arquitetônico e filosófico). A que a construção do reino das trevas feita pelo cristianismo, está com tudo o que deve ser negado no seu universo de valores. A perseguição profunda sofrida pelos cristãos que fugiam dos romanos agravou o processo de demonização do “outro”, e quando uma religião concorre com o cristianismo, tende a ser vista como um fenômeno que batalha contra ele. Não são poucos os casos em que o cristianismo acaba por demonizar seus concorrentes no campo religioso e a formação da iconografia do Diabo é um exemplo da forma como o cristianismo interage com as religiões concorrentes. Sobre as ruínas das antigas religiões precedentes ao cristianismo é que foi construída a imagem do Diabo e, depois que a imagem e o papel dele já estavam bem delineados, o cristianismo continuou a identificá-lo com as expressões religiosas do “outro”. Da mesma forma que o cristianismo demonizou as religiões gregas, é que a poderosa Igreja medieval demonizou e caçou seus inimigos dissidentes, levando também, o cristianismo a demonizar as religiões dos ameríndios e dos negros africanos

Contudo, nem todo símbolo possui o mesmo signo representativo (ou signficado). Veja aqui. Desta forma, não é porque o nazismo se apoderou do símbolo da cruz suástica que, toda a vez que a cruz suátisca for representada, representará o nazismo. A cruz suástica é anterior ao nazismo, e já era utilizada com fins religiosos e culturais pelos asiáticos. Portanto, nem sempre um símbolo ou sinal pretende transmitir a mesma informação, ok? 

 
SÍMBOLOS SIMILARES, SIGNIFICADOS DISTINTOS.

Voltando ao caso do diabo, uma maneira de lembrarmos dos "chifres" é representando com a mão. Tal ato ficou comum entre os fans do estilo musical heavy-Metal, significando uma atitude "contra-cultural", de contestação. Não significa, portanto, que toda pessoa adepta da música heavy-metal seja satanista, ou coisa do tipo. É mais uma atitude, do que a coisa-em-si.  



Agora, mais curioso ainda é que, nas LIBRAS (linguagem brasileira do sinais), "eu te amo", é representado da mesma forma. Veja abaixo:

    
mesmo assim, há uma diferença, veja o polegar "aberto".

Por essas e outras, alguns grupos cristãos tendem a especular, equivocadamente, que pessoas como a Xuxa são satânicas. Veja abaixo:


Na verdade, ela só estava dizendo aos "baixinhos" surdo-mudos que OS AMA !!!


Abra sua cabeça! Investiga, aprenda, e não deixem enfiar goela abaixo mentiras!

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