nota minha ----- O texto é tendencioso por estabelecer relações causalísticas de maneira apressada, mas ainda assim vale pela reflexão ----- Tiago Tatton
por Gregory Paul e Phil Zuckerman, Publicado em: 29 de abril de 2011 no Washington Post. A tradução é minha, por isso é tosca mesmo.
A implicância dos RELIGIOSOS americanos com o Ateísmo
Mesmo depois de judeus e negros terem feito grandes progressos em relação a igualidade de direitos e diminuição de preconceitos nos EUA, e até mesmo homossexuais terem novos direitos assegurados, ainda há um grupo de americanos que são odiados: os ateus.
Norte-Americanos que não acreditam em Deus são usualmente considerados "imorais, perversos e raivosos" pelos crentes. Assim, a "melhor da fatia do bolo" não pode ser servida a eles, nunca. Por exemplo, militares que se declaram ateus, quando são submetidos a avaliações psicológicas, tendem a ser avaliados como potencialmente "deficientes", especialmente quando não pontuam o suficiente no quesito "espiritual" em alguns testes. Levantamentos demonstram que a maioria dos americanos se recusam ou são relutantes em se casar ou votar em pessoas não-teístas. Em outras palavras, pessoas não crentes são uma minoria a qual são (geralmente) negados o direito de assumir cargos importantes, ainda que a constitucão proíba coisas como "testes religiosos".
Esta discriminação anti-ateísta é raramente denunciada pelo mainstream jornalístico, e impressionantemente estimulada por conservadores cristãos que, escandalosamente - e rudemente - declaram que a falta de fé em Deus é prejudicial para a sociedade, sugerindo que os descrentes são pessoas intrinsecamente suspeitas e cidadãos de segunda-classe. *** (No Brasil, temos clássico caso DATENA x ATEA)
Está antipatia com os ateus é justificada? NÃO.
Um número crescente de pesquisas em ciências sociais revela que os ateus, e pessoas não-religiosas em geral, estão longe de serem os seres repugnantes que muitos presumem. Em questões básicas de moralidade e decência humana - questões como o uso governamental de tortura pena de morte, bater em crianças, racismo, sexismo, homofobia, anti-semitismo, degradação ambiental ou direitos humanos - os irreligiosos tendem a ser mais éticos do que seus colegas religiosos, especialmente em comparação com aqueles que se descrevem como muito religiosos.
Considere-se que a nível da sociedade, as taxas de homicídio são muito menores em países secularizados como o Japão ou a Suécia do que em um país como os Estados Unidos, bastante religioso se comparado a estes. Os EUA também tem uma parcela muito maior de população prisional. Mesmo dentro dos EUA, estados com os maiores níveis de freqüência à igreja, como Louisiana e Mississippi, têm taxas de homicídio significativamente maior do que em estados menos religiosos, como Vermont e Oregon.
Ateus tendem a obter uma alta pontuação em medidas de capacidade de inteligência, especialmente verbal e de conhecimento científico. Tendem a criar seus filhos para solucionar problemas racionalmente, tomarem suas próprias decisões quando se trata de questões existenciais e obedecerem a regra de ouro (faça para os outros o que gostaria de que fizessem para você). Eles são mais propensos a praticar sexo seguro do que as pessoas fortemente religiosas e são menos propensos ao "nacionalismo" ou "etnocentrismo". Acima de tudo, valorizam a liberdade de pensamento.
Enquanto muitos estudos mostram que americanos seculares, ateus, não se saíram tão bem quanto os religiosos em certos indicadores de saúde mental ou bem-estar subjetivo, novos estudos estão mostrando que as relações entre ateísmo, teísmo e saúde mental são complexas. Afinal, a Dinamarca, que está entre os países menos religiosos do mundo, apresenta, de forma consistente, taxas elevadas de felicidade e bem-estar. Igualmente, o estudos de apóstatas - pessoas que eram religiosas, mas depois rejeitaram a religião - relatam o sentimento de mais felicidade, vida melhor e maior sensação de liberdade em suas novas "vidas pós-religiosas".
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