Admirável Mundo Materialista*
Edição de Rafaela Sandrini
*Toda argumentação do texto foi baseada no capítulo três do livro Mente, Cérebro e Cognição, de João de Fernandes Teixeira.
texto original em: http://filosofiadamenteecognicao.blogspot.com/2011/04/admiravel-mundo-materialista.html
Ao que parece, para algumas teorias materialistas, em um futuro próximo tudo se passará como no livro de Aldous Huxley Admirável Mundo Novo - teremos pílulas para tudo: ansiedade, depressão, bem estar, medo; a vida mental deixaria de ser um problema, e estaria enfim ao alcance de cada um de nós, na drogaria mais próxima...
O monismo materialista ou fisicalismo parte da premissa de que só há uma classe de coisas no mundo: as coisas materiais. Mas, afinal O que é Matéria? O que são entes materiais? As coisas possuem corporeidade? Se sim, o que é isso?O próprio Russell nos chama a atenção de que antes de buscarmos avaliar se é possível reduzir a mente ao cérebro temos é que refletir acerca do que afinal é a matéria, caso contrário estaríamos caindo em teses ingênuas e pouco refinadas.
Ora, se todas as coisas são materiais, a mente também o seria, logo, falar de cérebro ou de mente seria falar sobre a mesma coisa, ambas teriam as mesmas propriedades. Todavia, disso podemos ser obrigados a aceitar afirmações do tipo: minha saudade é úmida e ocorre a três centímetros do meu córtex pré-frontal. Em última instância, a própria afirmação de que “estados mentais são estados cerebrais” poderia não passar de um estado cerebral, e sua veracidade poderia ser alterada logo em seguida por alucinógenos e outras substâncias...
Na tentativa de contornar este aparente paradoxo surgiram diferentes teorias materialistas. Para umas estados mentais são estados cerebrais (teorias da identidade), para outras são redutíveis a estados cerebrais (reducionismo), ou elesemergem de estados cerebrais (emergentismo ou teorias da superveniência). Todas elas tem pontos fortes e pontos fracos, mas até agora não há razões suficientes para eleger uma delas como a melhor...o que há são discussões em aberto, e é este o motivo deste texto, estimular a discussão! Será que a equação 'mente=cérebro' é a nossa solução? Será a mente um produto do cérebro? Ou será que devemos esquecer de vez a mente e nossos vocabulários mentalistas e ficar apenas com o cérebro? Será que o cérebro causa a mente ou o mental pode agir causalmente sobre o cerebral?
Um abraço a todos,
Nivaldo Machado
Eduardo Benkendorf
*Toda argumentação do texto foi baseada no capítulo três do livro Mente, Cérebro e Cognição, de João de Fernandes Teixeira.
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