Começou a cruzada ateísta em Porto Alegre. Como um vulcanismo patético, explode na cidade, através de outdoors, as propagandas da ATEA.
Não tenha dúvida que compreendo a RAIVA INCRUSTADA de inúmeros ateus, historicamente reprimidos pela sociedade. A bem poucos anos, se alguém assumisse que era ateu podia ser linchado publicamente (séculos atrás era fogueira mesmo!); uma estupidez sem tamanho. Reconheço que hoje em dia ainda há muito preconceito contra ateus, preconceito este exposto ou velado (o que é pior). É preciso fazer algo, sem dúvida.
Portanto, os ateus estão em uma cruzada para mostrar que o fato de não acreditarem em Deus não significa que sejam pessoas "sem caráter" ou, pior, "endemoniadas". Eles estão mais do que certos, já que a razão está ao lado deles, penso eu. Pessoalmente, tenho claro que o fato exclusivo de alguém acreditar ou não em Deus não responde acerca de quem a pessoa é; o seu caráter. Admito, contudo, que para a gande maioria das pessoas, se alguém diz não acreditar em Deus recebe uma série de "olhares desconfiados"; do tipo - "credo! deve ser uma pessoa má, sem coração, para não acreditar em Deus, que horror!". Tal postura é um erro crasso, fruto de nossa herança cristã - que ainda abunda em lares e escolas.
Tal atitude precisa, sim, ser modificada. Existem filosofias de vida "não-cristãs" que prezam pela compaixão, pela caridade e por valores virtuosos, e não implicam em acreditar em Deus, obrigatoriamente. Uma postura filosófica soteriológica ou budista, por exemplo, pode ser enquadrada aqui como exemplo. Veja o trabalho de Luc Ferry, para citar apenas um exemplo.
Acontece que essa nossa cultura cristã, repleta de fundamentalismos neo-pentecostais, de fato impede o diálogo saudável entre religiosos e não-religiosos. Como poderiam, então, reagir os ateus a esse avanço neo-pentecostal que faz que um "datena" da vida associe violência a ateísmo? (total estupidez)
Parece que a solução encontrada pelos ateus foi semelhante à dos fundamentalistas religiosos, ou seja, atacar com golpes de marreta a religião. É a velha lei do "olho por olho, dente por dente", que o tal Cristo lutou para reformar. Por trás de um pseudo-intelectualismo, um foulcautianismo insípido, exalam campanhas publicitárias com um "suave" e "disfarçado" cheiro de rancor. cheira mal, contudo.
E porque cheira mal?
Porque não é atacando o povão neo-pentecostal que irá fazer com que eles olhem com mais "carinho" para os ateus. Atacando? Sim! Ou você acha que associar a idéia de religião com o Hitler não é um ataque? O argumento é tosco, do tipo ad hominem - "Hitler era religioso; Hitler era mal; portanto, ser religioso é ser mal; " - dãaaaaa; argumento tosquinho, tosquinho; que só vai servir para os "evangélicos" terem mais raiva dos ateus. É o famoso "tiro no pé". Veja a próxima imagem:
No mínimo duas coisas estão implícitas. 1 - quem tem fé é burro, pois não faz perguntas para nada; 2 - um cara com a bíblia nas mãos, atrás das grades? Que sacanagem!!! kkkkk!
Outro argumento tosco, ignorando toda a longa tradição teológica (raciocinada). Parece que o objetivo foi atingir unicamente o pietismo emocional dos neo-pentecostais, mas isso não é claro. Portanto, segundo o outdoor, ter fé é ser burro. Agressiva e ignorante esse outdoor. Outra "hemorróida" deste tipo de neo-ateísmo militante.
Se os "evangélicos" terão raiva da campanha, e a população letrada? os "doutos"? Essa, tomara que leia o que estou escrevendo e veja que os ateus poderiam ter pensado um pouco mais e bolado uma campanha menos infantilóide. Do jeito que está parece coisa de criança, do tipo: "Chato! Tô com raiva de você! Vou jogar seu picolé no chão também! Dá aqui! Toma!". A cena adequada seria de duas crianças se estapeando, e não de um adulto educando uma criança, como sugerem os ateus, do alto de sua magnificência.
Tô de mal! |
Me poupem os colegas ateus que estão achando o máximo essa campanha! Coisa mais infantil!
ps: veja a imagem do site da ATEA, que destaca o Dawkins e o Dennett, coisa mais tosca
ps: veja a imagem do site da ATEA, que destaca o Dawkins e o Dennett, coisa mais tosca
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