Para que eu não seja acusado de ser um "religioso", vai aí um post de um auto-intitulado "cético", defendendo a idéia de que a religião é um mal a ser cortado pela raiz. Portanto, o texto não é meu, mas faço comentários ao fim.
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texto original postado pelo "o cético" em: http://ocetico.wordpress.com/2008/02/04/o-que-a-religiao-pode-fazer-por-voce/
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texto original postado pelo "o cético" em: http://ocetico.wordpress.com/2008/02/04/o-que-a-religiao-pode-fazer-por-voce/
O que a religião pode fazer por você!
Sem dúvida organizações religiosas realizam alguns trabalhos importantes com comunidades carentes. Mas no balanço geral como fica o saldo? Afinal, até o Hamas realiza serviço social. Devemos respeitá-los por isso? E se por um lado, o Islamismo traz a subjugação da mulher, homens-bomba, jihads, etc, mesmo as religiões mais moderadas, como atualmente o Catolicismo, trazem revezes para o progresso e mesmo para o bem-estar da civilização com suas campanhas contra métodos anti-concepcionais, contra a legalização dos abortos, das pesquisas com células-tronco, contra homossexuais, etc.
Muitas pessoas falam que é preciso respeitar e tolerar as religiões. Não haveria tanto problema se as religiões tolerassem e respeitassem as opiniões dos outros. Mas não é assim que funciona. Fazendo lobby contra a legalização do aborto, por exemplo, os cristãos tiram o direito das pessoas que não seguem a sua fé de optarem por fazer o aborto.
O que mais me assusta, e perpetua a crença em idéias ultrapassadas e absurdas, é a doutrinação de crianças. Se um muçulmano não fosse ensinado desde criancinha que se ele morrer por Alá ele irá para o céu sua crença seria tão forte? A infância é a idade em que estamos mais suscetíveis à novas informações e absorvemos quase tudo que nos dizem sem grandes questionamentos. Principalmente o que nossos pais nos dizem, nós tomamos como verdade. Será que é ético enfiarmos goela abaixo de crianças nossas crenças religiosas pessoais? Ou será que é melhor deixar elas crescer e então tomar sua própria decisão? Doutrinar crianças, assustá-las com imagens do inferno e da danação, forçá-las a acreditar em livros escritos por sabe-se-lá-quem a mais de mil anos atrás deveria ser considerado abuso de menores, assim como agredir fisicamente ou sexualmente uma criança.
Vou sugerir um roteiro de filmes para quem se interessa sobre o tema. Primeiro um documentário bem neutro, chamado Jesus Camp (nesse site dá pra baixar o filme e neste a legenda), que inclusive foi indicado ao Oscar de melhor documentário (não que isso signifique algo). O filme mostra a doutrinação de crianças por pastores e pais evangélicos que apesar das possíveis boas intenções é, no mínimo, perturbadora. Chegando ao ponto de uma das pastoras, Becky Fischer, utilizar a doutrinação de crianças soldado na Palestina como exemplo a ser seguido. Bom assistam o filme e tirem suas próprias conclusões.
Depois recomendo que assistam A Raiz de Todo o Mal?, documentário apresentado por Richard Dawkins, onde ele questiona a fé e as religiões e contrasta com o raciocínio científico, baseado em evidências. Se gostarem recomendo que assistam Inimigos da Razão. E se ainda quiserem mais (e tiverem inglês fluente, pois este não tem legenda) que tal um debate numa mesa redonda sem moderação entre Daniel Dennet, Sam Harris, Christopher Hitchens e, mais uma vez, Richard Dawkins, que você pode baixar legalmente pelo site do Dawkins: Parte 1 e Parte 2.
Deixo vocês com um trecho de Jesus Camp (reparem que a água benta, é Nestlé):
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comentários
O texto tem como título "O que a religião pode fazer por você", portanto deveria mostrar TODAS AS POSSIBILIDADES do que a religião pode fazer por você. Contudo, o texto resume TODAS as possibilidade da religião para MALEFÍCIOS. Oras bolas, é claro que a religião tem um lado doentio, destruidor, que foi até bem explorado pelo texto. Sabemos quantos males podem ser cometidos em nome das "religiões" - isso é chover no molhado - não há novidade em dizer que a religião PODE estar associada com fraude, charlatanismo, manipulação, violência, etc. Política também pode, etc - o argumento é desgastado e fraquinho.
Isso não significa que a religião está associada APENAS com aspectos negativos, assim como a política. Isso parece mais uma reação imediata e, portanto, pouco raciocinada, sobre algo que te provoca raiva ou asco. Por exemplo, quando você vê um bando de políticos roubando, você logo pensa: "na política só tem ladrão e safado" > isso é um pensamento imediato e pouco raciocinado, fruto da reação emocional imediata. É claro que, se não fosse a política, não teríamos as leis e a própria evolução da "pólis". Não podemos jogar fora o bebê junto com a água suja. É preciso discernimento, apesar de tudo.
Portanto, quando vamos analisar um fenômeno tão antigo e presente na história da humanidade como a religião, temos que ser criteriosos, e cautelosos. Quantas guerras as religiões promoveram? Quantos atos terríveis são feitos em nome das religiões? Muitas e muitos!
Porém, quantas pessoas e comunidades foram e são beneficiadas pela religião? Outras tantas também. Veja o extenso livro (acadêmico) do professor médico Harold Koenig - Handbook of Religion and Health - e verá que muitas pessoas são beneficiadas física e mentalmente por questões religiosas.
Na psicologia, por exemplo, conteúdos oriundos de motivações religiosas, como a meditação, vem sendo utilizados com fins terapêuticos de resultados muito positivos. Veja, por exemplo, os diversos estudos sobre MBCT, mindfulness base cognitve-therapy. Pesquise no PubMed ou PsychINFO, ou scielo mesmo.
Diversos estudos na área da filosofia da mente vêm, igualmente, se beneficiando de argumentações oriundas da filosofia budista, como é o caso da aclamada neurofenomenologia, de Varela e Thompson. Isso está longe ser uma coisa "irracional", e é oriunda de uma religião.
Na psicologia, por exemplo, conteúdos oriundos de motivações religiosas, como a meditação, vem sendo utilizados com fins terapêuticos de resultados muito positivos. Veja, por exemplo, os diversos estudos sobre MBCT, mindfulness base cognitve-therapy. Pesquise no PubMed ou PsychINFO, ou scielo mesmo.
Diversos estudos na área da filosofia da mente vêm, igualmente, se beneficiando de argumentações oriundas da filosofia budista, como é o caso da aclamada neurofenomenologia, de Varela e Thompson. Isso está longe ser uma coisa "irracional", e é oriunda de uma religião.
Portanto, talvez não a religião não seja "a raiz de todo o mal", a "inimiga da razão", etc. Isso parece mais a tal reação emocional institiva que faz uma criança te dar um tapa na cara ao ter o pirulito roubado. Depois, mesmo com a ajuda dos pais, ela pára, pense e até pode te pedir desculpas.
Ela está crescendo - você pode crescer também.
sem birra, ok? |
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