por
CAMPOS, Breno Martins Campos (UPM; PUC-SP)
Publico abaixo, trechos do trabalho citado. No final, um link completo para o artigo. Recomendo, é claro, a leitura do artigo completo
CAMPOS, Breno Martins Campos (UPM; PUC-SP)
Publico abaixo, trechos do trabalho citado. No final, um link completo para o artigo. Recomendo, é claro, a leitura do artigo completo
Temos uma idéia ERRÔNEA que os "árabes" muçulmanos são TODOS FUNDAMENTALISTAS. Baseado em recortes de fatos, como o atentado ao WOLRD TRADE CENTER, julgamos o todo pelas partes. Não são todos os muçulmanos que andam com bombas amarradas ao corpo. Como diz o autor do texto referido neste tópico:
O "fundamentalismo", contudo, em seus aspectos modernos, não é originado por uma minoria árabe, mas por nós ocidentais."Conhecer as origens históricas do fundamentalismo e seu trânsito é dar um passo na direção da percepção de que há fundamentalismos, e não um único. Fundamentalista não é somente o outro."
"A questão em pauta na passagem do século XIX para o XX era a luta da teologia protestante ortodoxa, a defender a inerrância e a infalibilidade da Bíblia, contra a teologia européia, que tinha como pressupostos as conquistas da ciência: darwinismo, religiões comparadas e crítica bíblica."
" Essa forma de "literalismo" fundamentalista é antiga. Os Pais da Igreja já conheciam os debates entre os partidários da letra e os partidários de uma hermenêutica mais leve, como Santo Agostinho. Mas, na modernidade, o fundamentalismo estreito só podia virar um fenômeno protestante, porque, para ser fundamentalista, é preciso acreditar que o fundamento da verdade reside na interpretação da Bíblia"
SER fundamentalista é estar aprisionado a uma verdade própria
"Para Gilles Keppel (1991), nas últimas três décadas do século XX, as religiões do livro ou abraâmicas (islamismo, judaísmo e cristianismo católico romano e protestante) intensificaram suas respostas à modernidade. Tanto os protestantes da passagem do século XIX para o XX como os muçulmanos na década de 70 do século passado, ou os contemporâneos, tentaram dar respostas religiosas aos desafios da modernidade. São respostas modernas. As religiões começaram a tentar recuperar espaços perdidos para o desencantamento moderno, por meio de iniciativas populares ("por baixo") ou institucionalizadas ("pelo alto"): fenômeno histórico-social apelidado de a revanche de Deus, nada mais do que outro fruto do racionalismo moderno."
[...] o fundamentalismo apresenta-se como ferramenta privilegiada por rejeitar o diálogo e considerar o outro um terreno a ser conquistado por meio do proselitismo [...]
"Dada a legitimidade da utilização ampla do termo-conceito fundamentalismo, resta uma consideração: ele existe e está presente nas mais diferentes religiões (para não falar aqui de política, ideologia, economia). É um fenômeno moderno. Da caça às bruxas,9 passando por The fundamentals, até chegar à revanche do sagrado e à queda das torres, os fundamentalismos são um fenômeno moderno. As religiões criam gaiolas para si, para oferecer segurança, e querem trazer para dentro delas, se possível, toda a humanidade. Trata-se de oferecer segurança ontológica e social. Sentem-se chamadas para essa tarefa."
e para finalizar, e estender a crítica: "FUNDAMENTALISMOS não são exclusividades da religião"
"Fundamentalista não é somente o outro. O fundamentalismo é um tema da modernidade e não toca apenas um grupo específico de protestantes; nem são fundamentalistas somente os islâmicos, como parte da mídia quer fazer o público acreditar. Se o movimento tem origem precisa, no tempo e no espaço, hoje seu sentido extrapolou as fronteiras do protestantismo estadunidense e o mesmo termo serve para designar outros movimentos religiosos e até não religiosos. (TEM MUITO ATEU FUNDAMENTALISTA)"
EXEMPLOS DE FUNDAMENTALISMO QUE NÃO ADVÉM DA RELIGIÃO - "QUATRO PATETAS" texto completo: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st3/Campos,%20Breno%20Martins.pdf |
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